Guia de compra de fraldas reutilizáveis em segunda mão

Comprar fraldas reutilizáveis em segunda mão é uma excelente forma de se poupar uns trocos e também uns recursos, pois as fraldas ficam mais rentabilizadas em termos dos recursos utilizados na sua fabricação se forem passadas de rabinho em rabinho! É algo que podem explorar para testar vários sistemas ou marcas antes de se comprometerem com um stock mais alargado, por exemplo. É uma opção particularmente interessante para stock de fraldas de recém-nascidos, que geralmente são utilizadas muito pouco tempo e, portanto, encontram-se em excelente condição!

Deixo aqui algumas notas para navegar o mundo das compras em segunda mão para que não comprem gato por lebre ou que o barato não vos saia caro!

Já comprei fraldas em segunda mão – a grande maioria a mães que conheço e confio (sei qual o tratamento que deram às fraldas), mas também já comprei em grupos online e fui “enganada”. Parto sempre do princípio que nestes mundos, as pessoas não enganam, mas comprei uma fralda com elásticos danificados, que tiveram de ser substituídos, e outra que estava manchada, algo que não se via nas fotografias.

Primeiro ponto, onde comprar?

Existem vários grupos no Facebook dedicados à compra e venda de fraldas reutilizáveis, basta pesquisar. Podem comprar também no ebay (não tenho experiência), por vezes já vi em sites de venda como o OLX ou o Custo Justo, lojas como a Kid to Kid, lojas online que estão a escoar os produtos dos kits de experiência, ou ainda mães que as vendem nos “destashes” que por vezes acontecem nas redes sociais.

Tenho experiência com grupos de Facebook, que aconselho pois os administradores, regra geral, podem servir como uma espécie de mediadores, e também já comprei a mães que fizeram “destash”.

O que me leva a um segundo ponto: como pagar?

O sistema mais seguro é o PayPal, pois se houver algum problema, o PayPal serve como intermediário. Existe igualmente o PayPal friends and family, que serve como uma espécie de transferência bancária para o vendedor. Poderá haver uma comissão associada a cabe ao vendedor decidir se a cobre ou não. Neste caso, deverá esta condição estar incluída no preço. Em Portugal tem-se optado muito por utilizar MBWAY, que está associado a número de telefone e a priori, é seguro. O mesmo se aplica a transferências bancárias. Não recomendo a utilização de cartões de crédito, mas se o fizerem, criem um cartão virtual para cobrir apenas o valor em questão. Há igualmente a opção de se pagar mediante entrega em mãos/cobrança.

O preço deve referir especificamente tudo o que está incluído ou não, se contempla os portes ou se estes são pagos à parte. Confirmar sempre se é um preço com tudo incluído (em inglês “all in”) ou se há valores cobrados à parte.

E no que se refere ao produto – o que procurar?

O produto deve estar o mais detalhado possível e com fotografias a mostrar claramente o que se pretende vender – por dentro e por fora. Deve referir o estado de conservação da fralda e se tem algum defeito. Se sim, deve estar evidente nas fotografias. Se tiverem alguma dúvida, coloquem diretamente ao vendedor, que deve mostrar-se recetivo a enviar mais fotografias, se tal for solicitado.

Atenção a:

  • Estado do PUL. Verifique que não está danificado. Pode pedir para tirar fotos em contraluz, onde se percebe a condição do mesmo.
  • Verifique os elásticos – não devem estar frouxos. Se for preciso, peça para filmar a puxar os elásticos e ver assim se estão em bom estado.

  • Velcro: não deve estar encaracolado nas pontas. Se estiver, o preço deve refletir isso mesmo. É normal haver algum “borboto”, que vem do uso. Verifique que o velcro cola.

  • Molas: as molas devem estar todas em boa condição – nenhuma em falta ou partida.
  • Os absorventes devem estar o mais livres de manchas possível, sendo que se estiverem manchados, então o preço deve refletir esta condição (não afeta o desempenho da fralda, é só mesmo por uma questão de estética). Verifique igualmente, que não tem buracos!
  • O interior da fralda poderá ter algum borboto da utilização, não afeta o desempenho.

    • Pergunte qual a rotina de lavagem e quantas crianças usaram a fralda, se tal não estiver indicado no anúncio.
    • Esteja atenta/o à versão da fralda! Procura siglas como V1 ou V2, por exemplo. É frequente haver diferenças de versão para versão (e nem sempre para melhor!)

    Poderá fazer uma reserva e colocar as questões acima ao vendedor.

    Nos grupos estrangeiros, há bastantes siglas nos anúncios, algumas das quais já adotadas no mercado nacional também! Deixo aqui alguns exemplos:

    EUC – Excellent Used Condition (em exclente estado de conservação)

    GUC – Good Used Condition (em bom estado de conservação)

    DISO – Desperately in search of (Desesperadamente à procura de…)

    ISO – in search of (À procura de)

    HTF – Hard to find (Difícil de encontrar – aplica-se a padrões de edição limitada, por exemplo, em que os preços aumentam, por vezes de forma exorbitante!)

    RTB – Right to Buy (Direito Preferencial) – por vezes os vendedores atribuem este direito à primeiro pessoa que manifesta interesse, passando para a “próxima na fila” se esta desistir.

    E… o que fazer quando receber a fralda em casa?

Lavar muiiiito bem lavada! Fazer uma lavagem a 60ºC com dose de detergente adequada (para saber mais sobre rotina de lavagem clique aqui. Pode também, para jogar pelo seguro, fazer uma desinfeção da fralda com Sanitol (à venda no supermercado) ou um produto de desinfeção de fraldas como o Miofresh da Bambino Mio.

Ora, para recapitular, um bom post ou anúncio de venda de fraldas deve:

  • Conter boas fotos da fralda, dentro e fora, e o vendedor estar disposto a tirar mais, se lhe for pedido
  • Ter um preço claro, com indicação de tudo o que inclui.
  • Ter uma descrição detalhada da condição da fralda e indicar se tem algum dano.

 

Boas compras!