Desmame noturno

Escrevo este post com o coração apertado… prestes a chegar ao limite, tomei (tomámos) a decisão de iniciar o processo de desmame noturno. O que me levou a este ponto? A exaustão, o cansaço extremo, tem vários nomes. O Baby S passou por uma fase em que mamava cerca de 8 vezes por noite. As piores partes? A madrugada. Eu já não sabia o que fazer e quando ele me procurava, pensava “oh não, outra vez” e já não estava a ser prazeroso. Por muito que me custasse. Fiz o meu melhor para afastar o sentimento de culpa e procurei ajuda.

Sim, porque senti culpa… de estar a negar algo ao meu filho. Não podia eu apenas “aguentar”? Não, não podia. Esta fase coincidiu com um pico de trabalho (isto realmente não há fome que não dê fartura, como dizem) e não me conseguia concentrar. Não estava bem em nenhum contexto e sentia que não estava presente como deveria estar, como o meu filho merecia que estivesse, como aliás merece que esteja sempre. Tomei a decisão de abrandar e falar com quem de direito, neste caso, a especialista em sono infantil Andreia Neves, que dá consultas no Centro Pré e Pós Parto.

Isto não quer dizer que vou deixar de amamentar, apenas que não o faço durante a noite. Ou seja, vou retirar a mama do contexto do sono. A ideia é dotar o Baby S de ferramentas de sono para que não dependa apenas da mama. Porque, ao adormecer na mama, se acordar a meio da noite, será precisamente a mama que ele procura. É normal. Ele procura esse conforto, aquele a que já lhe habituei ao longo de 22 meses.

A verdade é que há muitas outras formas de dar esse conforto, mas tudo tem de ser feito devagar e com muita gentileza e respeito pelo Baby S. Nada de tirar a mama “à bruta”. A situação tem de ser gerida para benefício das duas partes – mãe e bebé. O timing certo é quando o bebé já dorme mais ou menos a noite toda e o Baby S já o faz. Dorme até às 6 da manhã, sensivelmente, no seu quarto e só aí me procura para mamar até de manhã. Aproveitar um momento “bom” é crucial, pois é provável que estas “crises” de solicitar mais a mama aconteçam novamente e aí ele estará demasiado frustrado para compreender a mensagem que lhe estou a passar…. Que as “mimis” agora são durante o dia.

E como gerir então este processo? O primeiro passo é dar a mama num contexto fora do sono dele, ou seja, fora do quarto onde dorme. Por exemplo, na sala. Ir falando com ele, explicando o que se está a passar (e sim, eles compreendem tudo, O meu filho tentou “argumentar” comigo a razão pela qual lhe deveria dar mama. Isto sem falar uma palavra). Não deixar o bebé adormecer na mama, ou seja, acertar naquele momento exato em que ele ainda não está a dormir, mas que, ao deitar, fica. Desafiante, no mínimo. E até agora, o máximo que consegui foi que adormecesse no sofá. Baby steps, literalmente.

É esta a fase em que nos encontramos. As outras? Partilho quando lá chegar 😉