Guia de absorventes
Uma das questões que mais me colocam tem a ver com os absorventes e os materiais de que são feitos. Como se conjugam? Quais são os melhores? Bem, na verdade, depende da utilização e do efeito pretendido. Podemos adaptar os absorventes à medida das necessidades do bebé – tanto em termos de idade (a priori, quanto mais velhos, mais xixi fazem) como em termos de necessidade de absorção ao longo do dia.
Vou então indicar os diferentes tipos de absorventes que podem encontrar no mercado, por ordem crescente de absorção. Há de vários formatos e feitios! Antes disso, um gráfico com as melhores combinações (basta juntar o do lado direito com o seu correspondente do lado esquerdo):
Como podem verificar, o material menos absorvente, mas que absorve mais rapidamente, é a microfibra. A microfibra é um composto sintético, regra geral uma combinação de poliéster e poliamida, que retém líquido com um efeito “esponja”. Isto quer dizer que, ao comprimir (por exemplo quando o bebé está sentado ou em babywearing), pode haver fugas de compressão mais facilmente do que com os outros materiais. Não pode entrar em contacto com a pele do bebé, pois absorve toda a humidade, fazendo com que a pele resseque e causando assadura, que pode mesmo ser extrema.
É um material mais acessível e que seca muito rapidamente, sendo então uma escolha de muitas marcas. Absorve rapidamente, mas não em grande quantidade e é bastante volumoso em relação à sua capacidade de absorção. Tem um toque áspero.
Exemplos de absorventes de microfibra
De seguida, temos o carvão de bambu. Em termos de absorção, está um pouco acima da microfibra, mas este pode estar em contacto com a pele do bebé. No entanto, para um bebé mais sensível, evitaria, pois também absorve rapidamente. É escuro e muitas vezes uma opção utilizada em fraldas de noite, em combinação com o cânhamo, por exemplo. Tem um toque macio.
Exemplos de absorventes de carvão
Em termos de capacidade, de seguida temos o algodão. Este pode ser orgânico ou não e pode ser em formato de absorvente ou a tradicional fralda de pano utilizada para tudo e mais um par de botas, dobrada para caber numa fralda, ou mesmo dobrada à antiga! As hipóteses são infinitas. Também pode ser em tecido “terry”, parecido com as nossas toalhas turcas; são um pouco mais volumosos, mas igualmente mais absorventes. As pré-dobradas (em que as dobras já vêm indicadas e cujo centro é normalmente reforçado) tendem a ser neste material. Em termos de absorção, está acima do carvão, mas dá para se formar várias camadas, aumentando assim a capacidade. É uma opção fácil de encontrar e se for uma fralda dobrada em várias camadas, seca rapidamente, pois pode abrir-se no momento da secagem, ficando com menos camadas. Sendo uma fibra natural, pode estar em contacto com a pele do bebé. O tempo de secagem de um absorvente de algodão que vem com as fraldas é moderado e pode ser seco na máquina. Tem um toque macio.
Exemplos de absorventes de algodão, incluindo as tradicionais fraldas de pano e as pré-dobradas (com as linhas às cores)
Agora passamos a um dos absorventes de que mais gosto – o bambu. Absorve lentamente, mas retém em grande quantidade. Muitas vezes, os absorventes são uma mistura de bambu e algodão, o que também é uma opção interessante. Não é volumoso tendo em conta a sua capacidade de absorção. Conheço uma marca de fraldas de bolso que envia dois absorventes em bambu, com interior em microfibra, com a mesma, absorventes esses maravilhosos –a baba and boo. Fica a dica ;). Mais uma vez, o bambu, sendo uma fibra natural, pode estar em contacto com a pele do bebé. Devido às suas características, é frequentemente o material utilizado em fraldas ajustadas (falta de volume em relação à capacidade de absorção e ser fibra natural), uma fralda que é toda ela absorvente. O toque é macio inicialmente, mas pode ir ficando mais rijo com o tempo, dependendo se é feito apenas de bambu ou se tem mistura de mais algum tecido.
Exemplos de diferentes absorventes de bambu, incluindo um “dobrável” em 3, aumentando assim a capacidade de absorção
Por último, temos o absorvente mais absorvente de todos, o cânhamo. É uma fibra natural que absorve lentamente, mas em grande quantidade, ou seja, retém muito, pelo que é uma excelente opção para a noite. Fica muito bem combinado com a microfibra, que por sua vez absorve rapidamente, mas em pouca quantidade. Formam o par perfeito, por assim dizer – a microfibra rapidamente tira o xixi da camada superior e o cânhamo fica na “retaguarda”, a absorver em quantidade. Estes absorventes tendem a encolher com a lavagem e ficam com um aspecto um pouco grosseiro, até, mas não se assustem! Aliás, poderá ver pela imagem abaixo o quão “deformados” ficam. E rijos… Para voltar a ficar fofinho, podem secar na máquina de secar ou então esfregar e bater nos absorventes… juro! Ficam logo mais macios. Vá, experimentem. Como absorvem tanto, tendem a demorar bastante tempo a secar também, pelo que convém ter em mais quantidade para se ir rodando. Cá em casa são uma escolha acertada para uma fralda de noite ou quando se quer reforçar bem uma Miosolo, por exemplo (fralda tudo em um com absorvente em microfibra). Em termos de volume, é o menos volumoso em relação à capacidade de absorção, pelo que muitas pessoas ficam incrédulas quando vêm o que um absorvente tão fininho consegue reter.
Exemplos de absorventes de cânhamo
Refiro ainda que o algodão, bambu e cânhamo, sendo fibras naturais, aumentam a capacidade de absorção à medida que são lavados. Podem lavar, por exemplo, 3 vezes antes de usar, mas na verdade só atingem a sua capacidade máxima ao fim de mais de 6 lavagens. Ou seja, ficam cada vez melhores!
Espero que este post vos tenha ajudado e se tiverem dúvidas, não hesitem em entrar em contacto comigo. Por aí, qual a combinação preferida?